Ao lado de Patricya Travassos, ator se apresentará pela primeira vez no Guairão, com duas sessões a partir de hoje da peça “Duetos – A Comédia de Peter Quilter”

Por Sandoval Matheus

Foto: Annelize Tozetto.

Eduardo Moscovis é um veterano do Festival de Curitiba. Aportou por aqui pela primeira vez em 2002 e dez anos depois, marcou uma geração com o espetáculo infantil “O Menino que Vendia Palavras”. Voltou em outras ocasiões, como em 2017, com a peça “Blank”, enigmático texto do autor iraniano Nassim Soleimanpour. Sempre, porém, em teatros menores. É apenas nesta edição que o ator fará o seu debute no gigante Teatro Guaíra, com seus mais de dois mil lugares.

“Pra mim, é como jogar no Maracanã. Eu jogo futebol society e agora vou entrar no Maracanã”, definiu ele em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 03, no Hotel Mabu.

Ao lado de Patricya Travassos, Moscovis está em cartaz na Mostra Lucia Camargo com a peça “Duetos – A Comédia de Peter Quilter”, que tem duas sessões a partir de hoje. “É o primeiro espetáculo assumidamente de humor que eu faço pra teatro”, contextualiza. “Eu espero que a plateia se comporte muito bem, e ria muito quando eu fizer as piadas”, brinca.

O texto do britânico reúne quatro histórias diferentes – “Encontro às Cegas”, “Quase Casados”, “Divórcio Amigável” e “Mais Uma Vez Noiva” – que propõem uma discussão bem-humorada sobre a solidão e as relações entre homens e mulheres. A adaptação foi feita por Patricya, que inicialmente contracenava com Marcelo Faria, até o ator ser substituído por Moscovis. “O Du, quando entrou, ficou com muito medo de que as pessoas não iam rir dele, mas agora passou.”

Sobre a adaptação, ela explica: “O texto era muito longo pro humor do Brasil, tinha 2h30, ia precisar de um intervalo no meio. O público no Brasil não está acostumado a intervalo, ainda mais em comédia”, diz. “Fizemos alguns cortes, mas foi uma coisa muito orgânica, que aconteceu em cena. A dramaturgia continua toda lá, todas as situações. Mexemos um pouco nos diálogos. Até hoje na verdade a gente adapta.”

“São personagens muito bem construídos”, opina Moscovis. “O texto faz graça sem cair no estereótipo, na caricatura. E faz as pessoas rirem, porque todo mundo se identifica. É a gente rindo da gente mesmo. Tem uma nota de tragicomédia também. Em várias situações, me dá a impressão de que estamos visitando o cinema argentino, alguma coisa parecida com ‘Relatos Selvagens’.”

“Mas as histórias têm final feliz”, assinala a colega. “É uma peça otimista.”

Patricya, que é carioca da gema e integrou o icônico grupo teatral “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, na década de 70, tem a definição perfeita sobre como é fazer um dueto no palco, e pra isso usa como exemplo um esporte tipicamente praiano, inventado na sua terra. “É como um jogo de frescobol, você não precisa ganhar do outro, mas ninguém pode deixar a bolinha cair.”

E se Du Moscovis está estreando no Teatro Guaíra, Patricya, por sua vez, faz em 2024 sua primeira aparição no Festival de Curitiba. “Ela estava me falando da delícia que é tomar café da manhã no hotel do Festival, com toda essa movimentação”, conta Moscovis. “É sem dúvida uma fauna diferente”, concorda a parceira.

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